Make it Appear foi às ruas pra descobrir o que as pessoas pensam sobre arte urbana e arte escondida, em SP e fora daqui. A definição de arte urbana é aquela que utiliza-se do espaço público para a expressão; Beto Neves, estudante de engenharia Civil na Anhembi Morumbi concorda com o conceito e vai mais longe: “pela exposição excessiva e inovadora, por mudar a cidade e por utilizar de espaços inusitados, esse tipo de arte também denota o preconceito, já que muitos não entendem as bases – principalmente na diferenciação de grafite e pichação”.
Zezão, o grafiteiro conhecido mundialmente por “fazer arte”  nas galerias de esgoto da cidade é uma referência para muita gente já que quebra os padrões aceitos de arte e explora um lugar sujo e totalmente fora da visão das pessoas. “Zezão trabalha com a alma, tem uma essência pura, foge do status de beleza”, diz Fernando Bari, artista que expôs na Anhembi Morumbi obras com temática oceânica.
Além do preconceito existente, vários artistas enfrentam o problema da falta de incentivo governamental, como Fernando conta: “um governo do estado separou alguns muros pra grafiteiros desenhar, mas logo depois uma prefeitura foi até o local e pintou a arte de cinza. Não há respeito para com o grafite, até mesmo da sociedade que ainda não entende esse tipo de arte”.
A medida em que a arte urbana foi se popularizando, grande parte da população ainda não entendia sua concepção, pois não estavam acostumadas a encontrar arte fora das galerias. Em contraponto, para Fernando, o fato desta arte tornar-se popular fez com que houvesse uma banalização por parte de seus admiradores – banalização que também atinge a confusão comum da diferença entre grafite e pichação, já que “muitos ainda não sabem a diferença e julgam as duas igualmente”, completa Fernando Bari. A diferença é simples: enquanto o grafite é uma expressão de arte urbana, a pichação é considerada um ato de vandalismo já que invade a propriedade pública e/ou particular e degrada sua imagem.
O importante é andar por aí e consumir arte, ter a mente aberta e procurar o inusitado pra se surpreender cada vez mais com a mente humana. Não há certo e errado, ponto pra quem dá asas à imaginação!